àmostra
Circo contemporâneo
Coprodução
Instituto Nacional de Artes do Circo / Casa das Artes de Famalicão
Apresentação
do primeiro trabalho profissional dos Alunos Finalistas do Instituto Nacional
de Artes do Circo
24 de Junho
a 28 de Junho | terça-feira a sábado | 21h30 | Grande Auditório
Artes do
Circo/ Circo contemporâneo
Entrada: 4
euros. Estudantes,
Cartão Quadrilátero Cultural e Seniores (a partir de 65 anos): 2 Euros
24 Jun (terça-feira)
Monobloc I Ivo Rocha
A proposta de pesquisa deste projeto é a investigação de objetos
comuns do circo e do quotidiano e imaginário coletivo, neste caso, uma cadeira
monobloco. Através da técnica do malabarismo, o espetáculo explora elementos da
arte circense, performance e consciência corporal, promovendo a experimentação
artística através do movimento, da manipulação de objetos e da presença cênica.
Experiência viva, relacional e simbiótica com o objeto.
ouVir a Ver I Jana Möller
Desde o nascimento, nossos
sentidos são a ponte entre nosso interior e o mundo exterior. Eles moldam a
forma como recebemos a vida ao nosso redor. Aprendemos como os objetos se
parecem, como usá-los. Mas e quanto ao som das coisas? E se conhecêssemos algo
pelo som que ele pode produzir? Isso pode trazer uma surpresa sobre aquilo que
pensamos conhecer tão bem. Imagine passar um dia inteiro apenas com os ouvidos.
Em ouVir a Ver, Jana
descobre o seu material circense, a Roda Cyr — um simples tubo metálico
circular — como uma fonte de sons, e nos convida a viajar por mundos de ver e
ouvir.
Parabox I Louise e Daniel Relle, Jessica Eschenbach
3 corpos, 3 histórias,
uma busca compartilhada: Pertencer. Até que ponto posso ser eu mesmo sem
perturbar a dinâmica do grupo? Por meio de movimentos acrobáticos, dança e
técnicas de mão-a-mão, Parabox explora a frágil dinâmica das amizades num grupo
de três pessoas, destacando a tensão entre inclusão e exclusão. À medida que os
personagens vivenciam uns aos outros entre o apoio e o julgamento, eles
continuam a surpreender uns aos outros, quebrando e flexionando as regras de
seus próprios jogos.
25 Jun (quarta-feira)
CasCaróN I Nosossel
Numa noite em vê-la, entre
o sono e a vigília, esperas. Esperas que algo mude. O tempo passa e nada se
move. Mais, serás tu que terás de dar o passo para avançar.
Para isso, terás de perceber onde estás realmente presa.
The Way to Sleep I Jo
Leão
Numa noite conheces
alguém que todas as noites se debate com o conflito que é a hora de ir
dormir. O que acontece quando sonha? É só ao acordar desnorteado que
percebe que estes pesadelos são inevitáveis. Eles voltam todas as noites.
Talvez nos deixe entrar no seu subconsciente, assistir a um destes pesadelos e
ver o que os assombra, as histórias que nele se escondem. Afinal quem é o
monstro do teu pesadelo?
Depois do silêncio
I Marta Big Lady
No meio do caos do mundo, da vida
agitada e stressante da civilização moderna, uma rapariga encontra-se no chão,
onde o ruído e a confusão parecem consumi-la. Mas, a cada passo em direção ao
topo de uma estrutura que se ergue como refúgio, ela renasce, supera o ruído e
alcança a calma e o equilíbrio que sempre estiveram dentro dela. Esta viagem,
do caos à serenidade, lembra-nos que, ao encontrarmos o nosso centro, podemos
transformar o mundo que nos rodeia.
Fragmentar-se I Bel Macari
O trabalho explora a dualidade e a luta interna de quem confronta suas
várias facetas e contradições. Em uma sequência de solo com uma corporalidade
que dialoga com diferentes emoções, com movimentos dinâmicos e interações com a
lira, a artista revela um corpo dividido entre controlo e vulnerabilidade,
enfrentando tremores e desequilíbrios que simbolizam as suas partes em
conflito.
26 Jun (quinta-feira)
Tied Up I Antonia Sebag
Uma criação inspirada no texto "Les vrilles de la
vigne", da autora francesa Colette. Mais do que referência literária, a
obra mergulha também na vida singular dessa mulher. Colette, figura marcante da
literatura francesa, rompeu com as convenções do seu tempo. Após separar-se do marido,
que por anos se apropriou de seu trabalho, ela reinventa-se no music-hall, onde
escandaliza ao beijar uma mulher em cena nos anos 20. Vive sozinha, afirma sua
bissexualidade com coragem e faz da escrita sua maior forma de liberdade. Tied
up é uma homenagem a essa mulher indomável, tecendo pontes entre sua vida e sua
escritura.
Contra Todas As Probabilidades I Lorena Echeverri
Na rotina diária, uma palhaça cheia de
sonhos e ilusões deseja parar a rotina e desfrutar do tempo livre. No
entanto, as faturas e as contas a pagar não esperam. Ao longo do seu dia,
enfrenta uma série de peripécias que lhe impedem de aproveitar o seu tempo
livre, complicando ainda mais a sua situação. Mas, com engenho e astúcia,
consegue superar os obstáculos e passar de nível, mostrando que, apesar das
dificuldades, sempre há espaço para a criatividade e a diversão.
Circlestanstes I Deniz Keser
O
ato começa em silêncio — um corpo mantido de cabeça para baixo, equilibrado e
quieto. Os arcos repousam sobre o artista como pensamentos ainda não
proferidos. Depois vem a queda. Uma mudança repentina, como a vida a mudar sem
aviso. Os arcos caem com eles — um trambolhão, uma libertação, uma quebra no
silêncio. Levantando-se do chão, o artista volta a reunir os arcos. Cada um
contém agora algo diferente — um sentimento, uma memória, um momento. São
erguidos ao nível dos olhos, como que para examinar ou recordar. Um a um, os
arcos são soltos, desenhando-se um círculo na flor — como o tempo a passar,
como histórias que se contam sem palavras. Depois algo muda. O artista começa a
mover-se novamente com os arcos — não para entreter, mas para refletir. Cada
ação revela uma face diferente da vida. Um arco gira com alegria, outro com
luta. Alguns momentos são leves, outros pesados, cada um mostrando um lado
diferente de quem somos. O movimento torna-se uma viagem através das emoções,
mudando e transformando-se, como as diferentes faces que mostramos na vida. No
final, o ato já não se trata de malabarismo ou equilíbrio — trata-se de
recuperar espaço, falar sem palavras e traçar linhas invisíveis entre arte e
protesto, beleza e resistência.
Out to Dry I Killian Sabourin
Um espetáculo circense autobiográfico sobre
rejeição. O artista, Killian, representa duas versões de si mesmo no palco: um
comediante de stand-up mordaz e carismático e um dançarino coberto de linho,
afogando-se na vergonha de sua carreira fracassada. Por meio de vinhetas
contrastantes de cenários cómicos, monólogos poéticos e acrobacias aéreas,
Killian retrata seu caminho gradual e complexo rumo à auto-aceitação.
27 Jun (sexta-feira)
For your own safety I Jenni De
Hertogh
5 bolas,
uma cadeira, uma pessoa e um toque de absurdo. A peça se desenrola em ritmos
alternados de malabarismo e movimento. Coisas caem, voam e colidem. Formas
surgem e depois se desfazem. Nada tenta demais fazer sentido. É um convite para
recuar, respirar e, quem sabe, rir do belo caos que às vezes criamos dentro de
nós mesmos.
Rougeoyer I Pauline Wales
Rougeoyer. Palavra
francesa que significa: ficar vermelho, queimar, incendiar-se. Tornar-se
vermelho. Todo vermelho. Como um tomate. Da cabeça aos pés. Porque eles estão
lá. Estão a olhar para mim. Estamos a olhar um para o outro. O que é que eles
querem? E porque é que as minhas bochechas ficaram vermelhas de repente?
Cerchio
Cromatico I Sette Tapparelle
Há
uma criatura que crias e que não conheces, no teu quarto. Esta é a viagem dela,
que oscila entre sentimentos de incómodo pela desarrumação e obsessão pela
ordem cromática. Esta criatura move-se, então, para dentro de cada um de nós e
começa a experimentar tudo na nossa pele. Tudo o que somos. Conheces cada
sentimento que vive dentro de nós? As nossas alegrias, nossos amores,
respirações, manias e os nossos medos? Manifestam-se, então, todos juntos,
quase em luta uns contra os outros, pois todos querem sobressair na criação
deste novo ser. Uma criatura de exageros.
Busc(ando)
I Kaio Apolinario
Um
funâmbulo entra em cena para montar sua sua rede para descansar. No espreguiçar
do seu corpo o aparato se transforma em um objeto de equilíbrio e diversão.
28 Jun (sábado)
Falta uma I Sevkat Gokce Dogan
Tudo começa por algum lado. de um ponto. de uma semente.
cresce com o desejo de crescer e de se sentir completo. Completo, quase,
mas falta uma. Falta, onde antes era chamado de lar,
falta a outra metade. As pessoas que partiram
uma vez sabem o que quero dizer. Ter de
escolher que mão cortar, que decisão horrível tomar, que guerra travar. Quando
tudo o que se quer é simplesmente ser. Por que é tão difícil? Precisa de
ser sempre tão difícil? Qual é a escolha, qual é a liberdade? Será a liberdade
algo que todos merecemos ou precisamos de a conquistar através de escolhas que
cortam a sua alma em pedaços? E cada vez que tenta recolher peças, falta uma. Seguro-me
com as minhas pequenas raízes nas fendas da vida tristemente bela e
pergunto-me, até onde se curva antes de
se partir? até que ponto ainda é humano?
qual a gota que é a última gota?
Achète-moi et tu feras une bonne
affaire I Laurence Pauwels
Uma
mochila e um humano, juntos. Um ambiente, aparentemente calmo, e algo mais —
que na verdade, está em todo o lado no nosso quotidiano — que nos pode
controlar mais do que pensamos. Como é que algo que a maioria de nós não gosta,
e tenta sempre evitar, pode fazer-nos recordar doces memórias de infância, e
até fazer-nos rir?
Quem
Ser I Jeniffer Rodrigues
Na
linha do tempo, chamada vida, na estabilidade instável, caminhamos por diferentes
fases, que por vezes nos requer diferentes calçados. Através da arte do circo,
mais especificamente do equilíbrio/ arame, “QUEM SER” ganha vida, tendo como
mote as múltiplas personalidades que carregam um só indivíduo, o modo como cada
qual se porta, se calça. Os pés ganham destaque na cena, através destes nasce o
mover da personagem, dando-lhe dicotomia. O que busca? Conforto ou elegância?
Quantas personalidades carrega um calçado? Quantos podem ser um só indivíduo?
Quem ser? A aparência por vezes é antônima ao que sentimos. Um salto alto
trajado de elegância, também pode carregar muitas dores.