O fecho do
episódio 9 do Close-up participa da celebração dos 200 anos do nascimento de
Camilo Castelo Branco. Serão duas sessões, uma para o público geral, outra para
o público escolar (3.º ciclo e secundário), estabelecendo um circuito de
ligações entre Camilo, Agustina Bessa-Luís, Manoel de Oliveira e Mário Barroso,
que para além de diretor de fotografia dos filmes de Oliveira foi o seu Camilo,
interpretando-o, por exemplo, em Francisca, incluído neste programa.
Esta triangulação cumpre-se com a outra proposta, Um Amor de Perdição,
em que Mário Barroso assumiu a realização, numa adaptação livre do romance de
Camilo.
Esta terceira
réplica do episódio 9 também inclui Da Vinci: O Grande Inventor, uma
proposta para os alunos mais jovens, do 1.º e 2.º ciclo, com uma animação que
elogia Leonardo da Vinci e o seu património de invenções, estudos e produções
artísticas.
Escolas5.Mai –
(10h00, GA) + 6.Mai – (10h00, Teatro
Narciso Ferreira)
Da Vinci: O Grande Inventor de Pierre-Luc
Granjon e Jim Capobianco (para escolas, 1.º e 2.º ciclo)
O insaciavelmente curioso e
persistente inventor e artista, Leonardo da Vinci, deixa a Itália para se
juntar à corte francesa, onde pode livremente experimentar, inventar engenhocas
voadoras e máquinas incríveis, e estudar o corpo humano. Acompanhado na sua
aventura pela audaciosa Princesa Margarida, Leonardo tenta encontrar a resposta
para suprema questão: “Qual o significado da vida?” Um filme em animação “stop-motion”,
escrito, produzido e realizado por Jim Capobianco e Pierre-Luc Granjon.
Título Original: The Inventor
(França/Irlanda/EUA, 2023, 90 min)
Classificação: M/6
5.Mai –
(14h30, GA) – UM AMOR DE PERDIÇÃO de Mário Barroso
(para
escolas, 3.º ciclo e secundário, com introdução de Sérgio Guimarães Sousa,
coordenador científico do Centro de Estudos Camilianos e da Casa-Museu Camilo
Castelo Branco)
Adaptação livre do romance "Amor de Perdição" de Camilo
Castelo Branco, o segundo filme de Mário Barroso conta a trágica e apaixonante
história de Simão Botelho. Simão é um adolescente, infantil, solitário,
intransigente, narcisista, destrutivo e suicida, que atrai como uma aura fatal
todas as pessoas com quem se cruza. E Teresa existirá ou será apenas uma aparição,
uma imagem na cabeça de Simão? Um pretexto para uma revolta amoral e violenta,
para um amor de perdição?
Ao adaptar o romance Amor de Perdição, de Camilo Castelo Branco,
ao cinema pretendi concentrar-me naquele que considero ser o real mote
impulsionador da história: a obstinação, a história de oposição que leva à
auto-destruição do herói e não tanto a história de amor proibido entre dois
adolescentes. UM AMOR DE PERDIÇÃO é, essencialmente, Simão Botelho. O
adolescente que não reconhece autoridade nem moral porque vive fora dela, tem a
sua própria ética que o vai levar até ao fim aniquilador, como se de algo
inevitável se tratasse… Mais do que uma história de paixão, uma história de
violência e rivalidade.
Nota de Intenções de Mário Barroso
Título original:
Um Amor de Perdição (Portugal, 2009, 80 min.)
Realização: Mário Barroso
Interpretação: Tomás Alves, Patrícia Franco, Rui Morisson, Ana Padrão, Rafael
Morais, William Brandão, Catarina Wallenstein, Virgílio Castelo, Ana Moreira
Classificação: M/12
Publico-geral
17.Mai – 15h00
(PA) – Francisca
de Manoel de Oliveira
(com
introdução de Sérgio Guimarães Sousa, coordenador científico do Centro de
Estudos Camilianos e da Casa-Museu Camilo Castelo Branco)
O filme “Francisca”, tirado do livro “Fanny Owen”, de Agustina
Bessa Luís, por sua vez inspirado numa história verídica do século XIX,
enreda-se numa reflexão das suas duas principais personagens, José Augusto e
Camilo Castelo Branco, sobre a vida e as mulheres, o amor, o fatalismo e a
desgraça. Enquanto este diálogo entre os dois se desenvolve ao longo do filme,
as personagens vão sendo apanhadas na vida, como vítimas dos seus próprios
conceitos. Cópia digitalizada pela Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema
A oportunidade de
realizar “Francisca” surgiu inesperadamente. Tinha preparado (e estava pronto
para começar) um outro filme, uma comédia, quando um desentendimento de última
hora com o autor da respetiva história me levou à desistência. A oportunidade
de “Francisca” (Fanny Owen) aparece então porque eu já andava interessado por
esta história verídica (ligada à família de minha mulher) que eu conhecia de há
muito tempo por muito me falarem nela e pela leitura de algumas cartas de
Fanny, que meu cunhado Abel conserva ainda. Camilo Castelo Branco, o conhecido
romancista que mais tarde veio a escrever a célebre novela “Amor de Perdição”,
foi amigo de José Augusto e Fanny e com estes foi intérprete deste triste
acontecimento, passado em 1850. Com este título evoca Camilo os amores
desventurados de Fanny e José Augusto no seu livro “Bom Jesus do Monte”. Talvez
o tenha feito para de certo modo se “limpar” da sua cumplicidade no desaire
destes amores fortemente românticos. Ultimamente, a grande escritora Agustina
Bessa Luís retomou esta história no seu livro “Fanny Owen”, apoiando-se em
dados autênticos e nos escritos de Camilo. Foi este trabalho de Agustina que me
entusiasmou definitivamente para a realização de “Francisca” e foi sobre ele
que eu estruturei o meu filme. Assim aparece “Francisca” a transformar em
tetralogia de “amores frustrados” a série de três filmes que fiz anteriormente:
“O Passado e o Presente”, “Benilde ou a Virgem Mãe” e “Amor de Perdição”.
Manoel de Oliveira
Título original:
Francisca (Portugal, 1981, 165 min.)
Realização: Manoel de Oliveira
Interpretação: Teresa Menezes, Diogo Dória, Mário Barroso, Francisco Brás, Nuno
Carinhas, João Bénard da Costa, Isabel de Castro
Classificação: M/12
Bilheteira Sessões
Geral: 2 euros
Cartão quadrilátero:
1 euro
Entrada livre:
estudantes, seniores, associados de cineclubes