quarta-feira, 26 de março de 2025

CLOSE-UP – Observatório de Cinema de Famalicão Episódio 9.3 – Maio de 2025: Camilo Castelo Branco, 200 anos | Casa das Artes de Famalicão

O fecho do episódio 9 do Close-up participa da celebração dos 200 anos do nascimento de Camilo Castelo Branco. Serão duas sessões, uma para o público geral, outra para o público escolar (3.º ciclo e secundário), estabelecendo um circuito de ligações entre Camilo, Agustina Bessa-Luís, Manoel de Oliveira e Mário Barroso, que para além de diretor de fotografia dos filmes de Oliveira foi o seu Camilo, interpretando-o, por exemplo, em Francisca, incluído neste programa. Esta triangulação cumpre-se com a outra proposta, Um Amor de Perdição, em que Mário Barroso assumiu a realização, numa adaptação livre do romance de Camilo.

Esta terceira réplica do episódio 9 também inclui Da Vinci: O Grande Inventor, uma proposta para os alunos mais jovens, do 1.º e 2.º ciclo, com uma animação que elogia Leonardo da Vinci e o seu património de invenções, estudos e produções artísticas. 

 Escolas

5.Mai – (10h00, GA) + 6.Mai – (10h00, Teatro Narciso Ferreira)

Da Vinci: O Grande Inventor de Pierre-Luc Granjon e Jim Capobianco (para escolas, 1.º e 2.º ciclo)

O insaciavelmente curioso e persistente inventor e artista, Leonardo da Vinci, deixa a Itália para se juntar à corte francesa, onde pode livremente experimentar, inventar engenhocas voadoras e máquinas incríveis, e estudar o corpo humano. Acompanhado na sua aventura pela audaciosa Princesa Margarida, Leonardo tenta encontrar a resposta para suprema questão: “Qual o significado da vida?” Um filme em animação “stop-motion”, escrito, produzido e realizado por Jim Capobianco e Pierre-Luc Granjon.

Título Original: The Inventor (França/Irlanda/EUA, 2023, 90 min)
Classificação: M/6


5.Mai – (14h30, GA) – UM AMOR DE PERDIÇÃO de Mário Barroso
(para escolas, 3.º ciclo e secundário, com introdução de Sérgio Guimarães Sousa, coordenador científico do Centro de Estudos Camilianos e da Casa-Museu Camilo Castelo Branco)

Adaptação livre do romance "Amor de Perdição" de Camilo Castelo Branco, o segundo filme de Mário Barroso conta a trágica e apaixonante história de Simão Botelho. Simão é um adolescente, infantil, solitário, intransigente, narcisista, destrutivo e suicida, que atrai como uma aura fatal todas as pessoas com quem se cruza. E Teresa existirá ou será apenas uma aparição, uma imagem na cabeça de Simão? Um pretexto para uma revolta amoral e violenta, para um amor de perdição?

Ao adaptar o romance Amor de Perdição, de Camilo Castelo Branco, ao cinema pretendi concentrar-me naquele que considero ser o real mote impulsionador da história: a obstinação, a história de oposição que leva à auto-destruição do herói e não tanto a história de amor proibido entre dois adolescentes. UM AMOR DE PERDIÇÃO é, essencialmente, Simão Botelho. O adolescente que não reconhece autoridade nem moral porque vive fora dela, tem a sua própria ética que o vai levar até ao fim aniquilador, como se de algo inevitável se tratasse… Mais do que uma história de paixão, uma história de violência e rivalidade.
Nota de Intenções de Mário Barroso

 

Título original: Um Amor de Perdição (Portugal, 2009, 80 min.)
Realização: Mário Barroso
Interpretação: Tomás Alves, Patrícia Franco, Rui Morisson, Ana Padrão, Rafael Morais, William Brandão, Catarina Wallenstein, Virgílio Castelo, Ana Moreira
Classificação: M/12




Publico-geral

17.Mai – 15h00 (PA) – Francisca de Manoel de Oliveira
(com introdução de Sérgio Guimarães Sousa, coordenador científico do Centro de Estudos Camilianos e da Casa-Museu Camilo Castelo Branco)

 

O filme “Francisca”, tirado do livro “Fanny Owen”, de Agustina Bessa Luís, por sua vez inspirado numa história verídica do século XIX, enreda-se numa reflexão das suas duas principais personagens, José Augusto e Camilo Castelo Branco, sobre a vida e as mulheres, o amor, o fatalismo e a desgraça. Enquanto este diálogo entre os dois se desenvolve ao longo do filme, as personagens vão sendo apanhadas na vida, como vítimas dos seus próprios conceitos. Cópia digitalizada pela Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema

A oportunidade de realizar “Francisca” surgiu inesperadamente. Tinha preparado (e estava pronto para começar) um outro filme, uma comédia, quando um desentendimento de última hora com o autor da respetiva história me levou à desistência. A oportunidade de “Francisca” (Fanny Owen) aparece então porque eu já andava interessado por esta história verídica (ligada à família de minha mulher) que eu conhecia de há muito tempo por muito me falarem nela e pela leitura de algumas cartas de Fanny, que meu cunhado Abel conserva ainda. Camilo Castelo Branco, o conhecido romancista que mais tarde veio a escrever a célebre novela “Amor de Perdição”, foi amigo de José Augusto e Fanny e com estes foi intérprete deste triste acontecimento, passado em 1850. Com este título evoca Camilo os amores desventurados de Fanny e José Augusto no seu livro “Bom Jesus do Monte”. Talvez o tenha feito para de certo modo se “limpar” da sua cumplicidade no desaire destes amores fortemente românticos. Ultimamente, a grande escritora Agustina Bessa Luís retomou esta história no seu livro “Fanny Owen”, apoiando-se em dados autênticos e nos escritos de Camilo. Foi este trabalho de Agustina que me entusiasmou definitivamente para a realização de “Francisca” e foi sobre ele que eu estruturei o meu filme. Assim aparece “Francisca” a transformar em tetralogia de “amores frustrados” a série de três filmes que fiz anteriormente: “O Passado e o Presente”, “Benilde ou a Virgem Mãe” e “Amor de Perdição”. Manoel de Oliveira

Título original: Francisca (Portugal, 1981, 165 min.)
Realização: Manoel de Oliveira
Interpretação: Teresa Menezes, Diogo Dória, Mário Barroso, Francisco Brás, Nuno Carinhas, João Bénard da Costa, Isabel de Castro
Classificação: M/12

 

Bilheteira Sessões

Geral: 2 euros

Cartão quadrilátero: 1 euro

Entrada livre: estudantes, seniores, associados de cineclubes

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