quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

FÁBRICA DE NADA de Judith Herzberg


Teatro Musical
1 de Fevereiro, sexta-feira, 15.30 e 21h30, Grande Auditório.
Entrada: 4 euros
M/6
Duração 90 m


Uma fábrica de cinzeiros fecha, e os trabalhadores, não querendo ficar desempregados, resolvem continuar a trabalhar numa nova produção: nada. À volta de nada organiza-se tudo, desde as escolhas do gerente da fábrica, aos furtos dos produtos e aos tribunais, com muita música cantada e tocada a mostrar por que caminhos segue esta história.
Estes operários que preferem fazer nada a nada fazer inscrevem-se mais na linha do saber ver quando se vê do Alberto Caeiro e do fazer não fazendo do Lau Tsu, do que no preferia não o fazer do Bartleby. Em lugar da angústia do desaparecimento das coisas e dos seres que a palavra vazio sugere, o vazio que o patrão deixa ao fechar a fábrica permite o vazio do espaço côncavo em que tudo pode acontecer precisamente porque está vazio. Permite a boa projecção do som. E os músicos, atrás dos actores, seguem atentamente o que se vai passando com as vozes. Estes operários dizem-nos assim, a cantar: a fábrica fecha, não faz mal, nós continuamos na mesma, não nos vão ver aos molhos nos noticiários a protestar à porta da fábrica, nem vamos calados para casa perder a nossa dignidade no sofá. Não precisamos de mais nada do que estarmos uns com os outros porque força como esta só existe outra, que também temos: a música.

Tradução de David Bracke e Miguel Castro Caldas Com Américo Silva, António Filipe, António Simão, Carla Galvão, Hugo Samora, João Meireles, João Miguel Rodrigues, Miguel Telmo, Paulo Pinto, Pedro Carraca, Pedro Gil, Sérgio Conceição, Sérgio Grilo, Vítor Correia e os músicos Gonçalo Lopes, João Madeira, Miguel Fevereiro, Paulo Curado, Rini Luyks, Rui Faustino Apoio Cenográfico Daniel Fernandes Figurinos Rita Lopes Alves Luz Pedro Domingos Música Rui Rebelo Coordenação pedagógica Paula Bárcia Encenação Jorge Silva Melo Assistência de encenação João Meireles Uma produção Artistas Unidos / Culturgest / Teatro Viriato / DeVIR/CAPa / Centro das Artes Casa das Mudas com o apoio da Embaixada dos Países Baixos e de Nederlands Literair Productie-en Vertalingerfonfs.

1 comentário:

Anónimo disse...

Genial espectáculo. vi-o na Culturgest há 2 anos.