quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

DUO 505 – B.Fleischmann & Herbert Weixelbaum (DE)


Mostra de Música Electrónica (1)
Música Electrónica
2 de Fevereiro, Sexta-feira,21h30,Grande Auditório.
Entrada: 7 euros
M/10
Duração 80 m
www.bfleischmann.com
No coração de Viena existe um bairro chamado Gurtel. Nesse bairro vive Wolfgang Kopper, um conhecido e simpático terrorista teórico, amante de música e das artes em geral. Foi justamente em Gurtel, por entre bares, clubes e salas de concertos, que conheceu dois músicos com algo em comum: a sua relação amor-ódio com o Roland MC-505, uma das mais conhecidas 'groovebox' do mercado. Herbert estudou guitarra clássica e durante todos os anos da sua aprendizagem sempre interpretou barroco e renascença. Foi na loja onde comprava as suas cordas da guitarra que o convenceram a usar uma 'groovebox'. Numa espécie de concurso recebeu desanimadores elogios, apelidando a sua música como deprimente - foram exactamente estes comentários que fizeram com que Herbert começasse a perceber que estava no caminho certo. De B Fleischmann já todos sabemos a história, nem que seja através dos seus discos. Foi o primeiro músico da Morr e sempre se destacou da concorrência - com a sua pop imersa, difusa e ambiental, ou com as suas experiências mais acústicas em colaboração quase-jazz. O festival vienense «Gurtel Nightwalk» foi a desculpa para Wolfgang Kopper convidar ambos os músicos para um encontro singular; e o clique foi imediato. Aliás, ouça-se «Late» para tentarmos perceber onde começa e acaba a colaboração. À tona aparece a melancolia - a habitual qualidade (e quase marca-de-água) de Fleischmann. Melancolia com pop instrumental, repleta de suspiros ambientais, progressões fáceis de seguir. Mas como as coisas boas da vida não são de borla, «Late» é servido com uma invulgar e surpreendente dose de acidez, forçando-nos a tentar separar o sabor na nossa cabeça. Mas «Late» é também um disco de boa-onda, onde se sente o divertimento de ambos os músicos, as horas de conhecimento e necessidade encaixe musical. Um duo de 505 bem diferente do esperado.

www.ananana.pt/critica.html

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