Atelier Baú dos Segredos
Teatro
5 e 6 de Março, quinta e sexta, 21h30, Grande Auditório
Entrada: 2 euros
M/6
Duração 60 m
Baseado num conto popular russo, A Noiva Cadáver conta a história do desajeitado e tímido Victor, que se vê envolvido numa embrulhada, paralelamente no mundo dos vivos e dos mortos, onde em ambos os lados faz o papel de noivo.
Uma história de contrastes num mundo de contrastes, em que os mortos "vivem" num ambiente muito mais festivo e alegre, em oposição aos vivos que parecem deambular por um mundo escuro e triste, ou seja, a Inglaterra vitoriana.
A era Vitoriana, recebe esse nome por causa da rainha que estava no poder nessa
época, ou seja, a rainha Victoria.
Ora, um dos objectivos da obra é, justamente, fazer uma crítica da sociedade britânica dessa altura.
Aos olhos do espectador atento, existem até várias semelhanças entre os personagens da obra e gente que, de facto, viveu nesse período da história da Inglaterra, Disso é exemplo, a educação da personagem Victoria:
A habilidade musical não era bem vista para uma jovem, pois supunha-se que a música despertava sentimentos e as mulheres eram tidas como sexualmente perigosas, logo, a mulher que tivesse desenvolvido habilidades musicais, era encarada como vulgar e imoral.
Ora aí está um traço vitoriano que diz respeito à educação das moças.
Tendo em vista que a mulher era criada e educada para a vida matrimonial, era melhor que ela não possuísse estudos desnecessários, ou seja, que aprendesse apenas o suficiente para cuidar de uma casa – dirigir empregados, ser a interlocutora do marido e educar os filhos. Para isso, não era necessário o domínio de conhecimentos técnicos especializados nem de latim. Somente a formação prática e teórica em economia doméstica.
A intenção pela qual o nome da Rainha Victoria foi mantido na obra, pode ter sido para afirmar que a personagem Victoria Everglot foi realmente baseada na Rainha, uma vez que a peça foi criada a partir de documentos históricos sobre a rainha Victoria, uma pessoa que efectivamente existiu e que provavelmente serviu de “molde” para a criação da personagem, como se pode perceber pelas características em comum.
A Noiva Cadáver é uma obra saída do imaginário de Tim Burton, senhor que já nos habituou a um mundo muito próprio de fantasia, de teor gótico, não deixando de nos surpreender.
Inicialmente, esta obra foi apresentada num filme de animação com êxito mundial.
Por isso encaramos como um desafio a sua montagem em palco.
Essa é a razão que nos move, desta vez.
Esperemos que gostem!
FICHA TÉCNICA
Produção - Casa das Artes de Famalicão
Adaptação, Encenação e Cenografia - João Regueiras
Luz, Som e Manuseamento de Cenários - Equipa Técnica da Casa das Artes
Direcção Musical - Rui Mesquita
Figurinos e Caracterização - Carmen Regueiras e Emília Silva
Coreografias - Ana Regueiras
Elenco - Alunos do Nível 2 do Baú dos Segredos