GNR
Rui Reininho, Toli César Machado, Jorge Romão
Música/rock/pop
27 de Setembro|
sábado| 21h30 | Anfiteatro do Parque da Devesa
Entrada: livre
M/3
Duração: 120 m
Músicos
Andy Torrence -
Guitarra
Miguel Amorim - Teclas
Jorge Oliveira -
Bateria
Nos idos de 1981, a Guarda Nacional Republicana não
achava grande graça a ter visto a sua sigla usurpada, sem vergonha de espécie
nenhuma, por três putos reguilas do Porto que proclamavam alto e bom som querer
ver "Portugal na CEE". Convencidos que a celebridade dos mancebos não
ia passar de um daqueles fogachos pré-mediáticos a GNR não apresentou queixa e
os GNR puderam continuar a usar a sigla, que encurtava o extenso de "Grupo
Novo Rock". Foi mesmo das poucas polémicas que passaram ao lado de uma
banda que, a certa altura, parecia atraí-las como se fosse um íman. Todos estes
anos depois — e será possível que já tenham passado mais de vinte? — os GNR são
uma veneranda instituição civil da praça pública pop portuguesa. Há quem os ame
e quem os odeie. Mas, já dizia o outro, contra factos não há argumentos e basta
desfiar uma lista (mesmo que parcial) de canções para marcar com o proverbial X
do totobola a "chave vencedora": "Portugal na CEE".
"Hardcore (1º Escalão)". "Piloto automático". "I Don't
Feel Funky (Anymore)". "Dunas". "Sete Naves". "Efectivamente".
"Pós Modernos". "Impressões Digitais". "Sangue
Oculto". "Ana Lee". "Pronúncia do Norte".
"Sub-16". "Mais Vale Nunca". "Las Vagas".
"Dominó". "Saliva". "Tirana". "Asas
(Eléctricas)". "Popless". Faltam muitas, não faltam? Reduzidos
agora — e definitivamente — ao trio central de Reininho, Romão e Machado, estes
GNR poderiam já não ter o entusiasmo irreverente dos primórdios (o que seria
difícil ao fim de vinte anos…), mas compensavam-no com a descoberta de uma
elegância e de
uma simplicidade pop de costas deliberadamente
voltadas para a moda do momento. Ou, para sintetizar a coisa numa palavra:
maturidade.
Prolongada em "Popless", álbum de 2000 que,
apesar do título e da exploração dos recantos de charme da voz de Rui Reininho,
era tão (ou mais) pop como um disco dos GNR pode ser. O que, como já sabemos
desde há mais de vinte anos, é sempre muito — confirme-se em "Câmara
Lenta", de 2002, cujo título resume na perfeição a recolha de baladas e
outros slows para "agasalhar a costeleta". A surpresa foi perceber
que eles já os tinham em 1982, muito antes de "Dunas" e
"Bellevue", quando estavam todos a olhar para outro lado. É típico: a
marca registada dos GNR foi sempre a de estarem ali, como quem não quer a
coisa, e depois apanharem-nos desprevenidos com uma grande canção pop. Daquelas
que cola e não descola. O Grupo lança em 2010 o disco Retropolitana, ultimo
registo de originais até à data. Em 2011 comemoram 30 anos de carreira e lançam
Vôo domésticos e um novíssimo espectaculo ( mais intimista em formato
semi-acústico ).
Em 2013, os GNR iniciaram a tour
"Afectivamente" nos palcos de todo o país. Em 2014, regressam aos
palcos continuando a tour com o mesmo nome;
até ao final do ano lançam o single de estreia do novíssimo disco.
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