terça-feira, 16 de setembro de 2025

Isto é um Hitler genuíno de Marius Von Mayenburg _ estreia | Casa das Artes de Famalicão


Encenação de João Cardoso

Coprodução - Assédio Teatro, Casa das Artes de Famalicão, Teatro Nacional São João e FITEI

Teatro

3 e 4 de Outubro | Sexta-feira e Sábado | 21h30| Grande Auditório

Entrada:  6 euros. Estudantes, Cartão Quadrilátero Cultural e Seniores (a partir dos 65 anos): 3 Euros

M/12

Duração: 90 m

Um quadro aparece do nada quando uma irmã e um irmão esvaziam a casa do pai recentemente falecido. O quadro está assinado: A ponto Hitler.

Nacthland, "terra nocturna" ou ""sombria" — título aqui “traduzido” para “Isto é um Hitler genuíno” — é a mais recente (2022) obra de Marius von Mayenburg. Nela consegue este autor alemão de ascendência judaica congregar, à volta de um quadro supostamente pintado pelo Führer antes deste o ser, muitos dos traumas da sociedade contemporânea alemã: que lugar dedicar ao passado criminoso da nação, como falar dele, discuti-lo, reenquadrá-lo, como relacioná-lo com o presente. Consegue, também, suscitar uma complexa e soturna, mas muitas vezes hilariante, discussão sobre a arte, o seu valor, a sua neutralidade (ou não) face ao contexto em que é criada, a sua mácula ou pureza quando contrastada com a biografia de quem a trouxe ao mundo. Cruzando todas estas questões com as divididíssimas opiniões dos membros da família acerca do destino a dar aquele quadro (ficar com ele; vendê-lo e ficar com o dinheiro; vendê-lo e doar o dinheiro; pura e simplesmente incinerá-lo…), o que Nachtland faz, com suprema mestria intelectual, teatral e linguística, é enfrentar destemidamente tudo o que é melindroso, tudo o que está mal resolvido, os campos minados onde a sociedade joga o seu sentido de história, pertença, política e moral. Ao fazê-lo, o que Nachtland nos pede é disponibilidade e coragem para testemunhar a discussão que propõe, os complicadíssimos preconceitos que a regem e, talvez, a impossibilidade de um desfecho “aceitável”.

 Ficha técnica e artística

Texto: Marius Von Mayenburg

Tradução: Francisco Luís Parreira

Encenação: João Cardoso

Interpretação: Daniel Silva, Gracinda Nave, Inês Simões Pereira, Joana Africano, Pedro Galiza, Pedro Quiroga Cardoso e Teresa Arcanjo

Cenografia, figurinos e identidade gráfica: Sissa Afonso

Sonoplastia, desenho e operação de som: Francisco Leal

Desenho de luz: Nuno Meira

Vídeo: Nuno Leites

Assistência de encenação: Pedro Galiza

Assistência de figurinos: Inês Afonso Cardoso

Assistência e operação de luz: Pedro Correia

Produção executiva: Inês Simões Pereira

Apoio à comunicação: Daniel Silva e Inês Simões Pereira

Fotografias de divulgação: Inês Afonso Cardoso e Sissa Afonso

Produção: Assédio Teatro

Co-produção: Casa das Artes de Famalicão, Teatro Nacional São João e FITEI

Acolhimento: Teatro Municipal de Bragança

Apoio: República Portuguesa – Cultura, Juventude e Desporto / Direção-Geral das Artes

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